Mistério no Castelo de Neve

Eu tinha resolvido viajar sozinho desta vez, mas as crianças ficaram tão animadas quando souberam o lugar que eu estava pensando em ir que foi impossível deixá-las na Casa do Pequeno Artista.

– Ah, professor…. não acredito que o senhor vai viajar para o Castelo de Neve e não vai me levar. – falou Bela magoada

– É professor, que maldade! O senhor sabe que eu adoooro esporte e lá a gente pode esquiar, fazer uma excursão pelo bosque em trenó, puxado por aqueles cachorros lindos, os huskies. Além disso, eu quero velocidade, uma aventura numa moto-neve pelo deserto branco. Uh, radical!!! – disse Fuinha animado

Fuinha tinha razão, não podia deixá-lo na Casa. A Bela também tinha razão, eu deveria levá-la para conhecer aquela grande obra de arte: o Castelo de Neve que fica na Lapónia, Finlândia.

A Finlândia é um país europeu que é conhecido como “a terra dos mil lagos”, por causa da grande quantidade deles da região. Lá o inverno é bem rigoroso e podemos ver o gelo por todos os lados. Eu tinha um assunto importante para tratar neste lugar, mas também queria passear tranqüilamente sem a gritaria dos pequenos, admirando as paredes altíssimas de gelo, as esculturas de gelo e dormir em um dos quartos do Castelo.

– Está bem crianças … vamos todos. Vamos colocar na mala toda a nossa roupa de frio. Só que antes precisamos conversar sobre um assunto muito sério. Estou viajando para este lugar para tentar descobrir quem está tentando transformar o maravilhoso Castelo de Neve Finlandês em um enorme SORVETE DE CREME.

– Professor, mas isso é muuuito bom! Amooo sorvete de creme! – disse Drica a gulosa

– Infelizmente não é bom não, Drica.

– Ué? Por que professor? O senhor não gosta de sorvete? – falou Bela

– Não é nada disso. O que está acontecendo é que todas as paredes do Castelo estão virando sorvete de creme e as crianças que o visitam acabam não resistindo e experimentam o sorvete. Isso está fazendo com que o lindo castelo fique todo esburacado. Daqui a pouco tempo, não haverá mais o castelo porque ele será comido totalmente.

Existem dedinhos de crianças marcados por todos os lados e, por mais que os guardas tentem, não conseguem descobrir quem está revestindo a neve das paredes com sorvete creme. Pior, não é só isso. Os guardas do Castelo descobriram marcas de uma mão gigante nas paredes, não parece ser marca de alguma mão humana. Pode ser alguma outra forma de vida… vocês entendem o que estou dizendo?

As crianças tinham entendido e agora arregalaram os olhos com medo. Fiquei preocupado novamente. Será que eu deveria levá-las nesta viagem?

– Mas, popoprofessor que tipo de “coisa” pode ter uma mão gigante? – falou Bocão assustado

– Não sei Bocão. É isso que vamos descobrir. Por este motivo, fui convidado para desvendar esse mistério do Castelo de Neve. Esta viagem pode ser bem perigosa porque não sabemos quem está por trás dessa história.

As crianças ficaram em silêncio, preocupadas, mas logo esqueceram. Começaram a arrumar as malas com muitos casacos, luvas, gorros …
Os gêmeos foram preparar a nave Megabyte para viajarmos.

– Ih, a nave está bem apertada nessa viagem, professor. – disse China incomodado com a bolsa rosa da Drica na cabeça

– Você está falando isso porque não quer me ajudar a levar minhas coisas, né China? – disse Drica emburrada

A nave estava um aperto só, mas era por um bom motivo. Como sempre acontece, fomos comendo biscoitos, o Fuinha contando piadas, a Drica cantando suas músicas, Pedro lendo seu novo livro … é, o tempo da viagem passou bem rápido e chegamos logo ao Castelo Neve.

Para a nossa surpresa, quem estava na porta da entrada do Castelo era um homem alto, estranho e muito sério. Ele tinha um dos olhos fechados por um tapa-olho e parecia um pirata do gelo. Lembrei que os piratas usam esse tipo de tapa-olho por dois motivos: para esconder algum defeito físico ou para enxergar melhor no escuro em alguma situação de emergência, em uma emboscada. Bastava destampar o olho coberto e assim, teria um dos olhos já acostumado à falta de luz para ter uma visão perfeita … zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz 

A continuação da história escolhida foi de Lara Dantas

…Vendo que esse gigante era estranho demais para ser guardião do Castelo de Neve eu disse às crianças para ficarem atrás de uma gruta de neve que havia perto dali. Pensei comigo mesmo: é melhor conferir de perto esse gigante.

Quando cheguei perto da porta do Castelo de Neve eu vi que ele já tinha me visto então disfarcei, como se nada demais estivesse acontecendo e disse:

– Olá querido gigante, gostaria de saber o que você  mais gosta?
O gigante respondeu com um ar de faminto:

– De humanos gordinhos.

Eu engoli em seco, mas criei coragem e respondi:

– Oh, olhe um ali.

Quando o gigante se virou para procurar o tal gordinho de mentira eu entrei no Castelo de Neve e vi uma coisa muito estranha. Todos os funcionários do Castelo de Neve estavam amarrados e amordaçados. Depois que me acalmei, consegui soltar o dono do Castelo.
Ele me contou que o gigante que vi na porta do Castelo de Neve era um gigante guloso que queria transformar o Castelo de Neve em sorvete de creme porque era seu sabor preferido.
Então eu pensei: é por isso que vi a mão dele marcada nas paredes.

Depois de juntar essas peças eu voltei à gruta de neve e disse às crianças tudo o que tinha acontecido. Elas ficaram surpresas, mas criaram coragem e concordaram em ajudar. Eu tive o trabalho de enganar novamente o gigante com outro truque e logo que entrei desamarrei todos os funcionários e contei sobre o meu plano. Depois de tudo combinado eu entrei em ação.

Soube que o único que podia consertar o Castelo era o  Mago da Neve, mas primeiro tive que me livrar do gigante. Tive uma idéia e fui falar com o gigante:

– Olá de novo.

E ele respondeu com um ar de faminto novamente:

– Você não me engana mais, eu estou com tanta fome que vou te comer.

E como eu tinha pensado nisso disse:

– Olha lá um sorvete de creme gigantesco.

O gigante saiu correndo como imaginei.
No mesmo instante os funcionários jogaram uma rede e o
gigante ficou preso nela. Depois disso foi fácil encontrar o Mago da neve e nós conseguimos reconstruir o Castelo.

Depois disso tudo o gigante aprendeu a lição e nós o soltamos. Levamos o gigante para ficar com a sua mãe e ela disse que faria um sorvete de Creme gigante pra ele.

FIM